PALAVRA PUXA PALAVRA COM...

ISABEL LOPES

Isabel Lopes é Técnica de Apoio à Inserção Profissional e uma das responsáveis pelo podcast  “Diversidade sem Fronteiras”. Diz que “ter nascido cega nunca limitou os meus sonhos e estudos, mas impactou diretamente o meu processo de inserção no mercado de trabalho”. Quem a conhece sabe que é ‘dona’ de um coração e de uma mente excecionais, pelo que tentámos perceber como é que a comunicação a ajuda nesta causa gigante que é a integração efetiva da diversidade em todas as áreas da vida social e profissional.

Como técnica de Inserção Profissional na Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, quais os principais desafios comunicacionais que enfrentas no teu dia a dia?

A inserção profissional de pessoas com deficiência é, só por si, um desafio diário, tendo em conta não só as limitações dos indivíduos a integrar, mas principalmente as reservas dos empresários em incorporar nas suas organizações pessoas que possam não realizar as tarefas da mesma forma, ou no mesmo período de tempo, que os seus trabalhadores.

Embora já se verifique alguma evolução na forma como os empresários encaram a diversidade e inclusão nas organizações, creio que é, precisamente, na comunicação e na forma de comunicar as capacidades dos formandos a integrar que se pode fazer a diferença, centrando a mensagem na importância do respeito pelas características individuais de cada um e do tratamento de todos com base na equidade.

No meu caso, o desafio começa quando me apresento pessoalmente e tenho que, em primeiro lugar, conseguir centrar a atenção no meu trabalho e no que pretendo transmitir e não no facto de ser cega e ter um trabalho.

No entanto, e como já trabalho há alguns anos na área da inserção profissional, a par da comunicação, quero deixar também uma palavra muito positiva em relação à evolução na forma como os empresários respeitam e levam cada vez mais a sério o trabalho que desenvolvo. 

Apesar de cada vez mais os temas da diversidade, da igualdade e da inclusão serem comunicados nas mais diversas plataformas, o que sentes que falta para que esta temática seja efetivamente considerada?

Hoje em dia, é frequente encontrarmos as mais diversas informações, reportagens e artigos, entre outros, sobre diversidade e inclusão, quer seja nas plataformas digitais, quer seja nos meios de comunicação social tradicionais, sendo, no caso da deficiência, quase todas centradas em “feitos” conseguidos pelas pessoas com deficiência, como se de fenómenos extraordinários se tratassem, sendo elas próprias vistas, por isso, como algo de transcendente.

E se é muito importante divulgar as capacidades e conquistas dos indivíduos com algum tipo de deficiência ou incapacidade, é ainda mais importante não o fazer de forma capacitista.

É fundamental mostrar à sociedade pessoas com deficiência como pessoas reais, que vivem vidas reais, com conquistas e fracassos, com família, amigos e amores como toda a gente. Que lutam pelos seus sonhos e que, na maioria das vezes só precisam de ser respeitadas, principalmente como o que são: pessoas.   

É imperativo que a sociedade vá abandonando o capacitismo e abrace a aceitação e integração efetiva da diversidade em todas as áreas da vida social e profissional de forma equitativa.

E, para que isso possa acontecer, a comunicação tem, certamente, um papel preponderante, dada a enorme influência que a forma como se comunica pode ter   na mudança de mentalidades.    

Nasceste cega e dizes que tal nunca limitou os teus sonhos, mas em termos da comunicação dos outros para contigo, sentiste alguma dificuldade ao longo da vida?

Senti e por vezes ainda sinto. Nos diversos ambientes que tenho frequentado ao longo da minha vida (ensino, trabalho, vida social…), foram vários os problemas de comunicação que enfrentei. Um dos mais flagrantes e com o qual tive maior dificuldade em lidar foi no ensino superior. O apoio era inexistente, quer para mim, quer para a escola, que de repente se viu a braços com uma aluna para a qual nem os professores, nem o meio estavam preparados. Isso, aliado à minha falta de maturidade e capacidade para responder de forma assertiva aos problemas que surgiram, tornou a nossa comunicação difícil e pouco eficaz. Mas esse é só um exemplo das dificuldades de comunicação que vou enfrentando e vou tentando resolver, porque hoje ainda me acontece dirigir-me a alguém quando estou no atendimento ao público e a pessoa perguntar-me: “não está aqui ninguém para me atender?”. 

Gostava de aproveitar a tua pergunta para dar alguns conselhos em termos de comunicação com as pessoas com deficiência ou incapacidade: não duvidem ou excluam à partida. Perguntem, perguntem sempre, não tenham receio, é melhor perguntar que ignorar ou humilhar. Normalmente, respondemos educadamente e até com humor.

O tema de cegueira, porque é algo que te acompanha ao longo da vida, ainda é tabu em algum ambiente?

Na generalidade dos ambientes julgo que já não é muito. Pelo menos nos que frequento, já não me deparo com grandes constrangimentos a esse nível. Contudo, penso que haverá ainda meios, ou ambientes, onde a cegueira, ou mesmo a deficiência, não sejam encaradas com naturalidade.

Acredito que em ambientes nos quais a imagem é o principal fator a ter em conta, a cegueira ainda seja um pouco tabu, sim. Provavelmente por desconhecimento quer das reais capacidades da maioria das pessoas cegas, quer pela falta de informação sobre os avanços nas tecnologias e materiais de apoio adaptados que permitem aos cegos a realização de tarefas e atividades que até há pouco tempo não eram possíveis.

E, de repente, és uma das responsáveis pelo podcaste Diversidade sem Fronteiras. O que pretende este podcast comunicar e em que moldes?

A equipa do podcast “Diversidade sem Fronteiras” junta quatro mulheres de três países diferentes (Brasil, Moçambique e Portugal). Conhecemo-nos através da Lígia Lunardi Recchia que, pela sua atividade de coach e mentora de carreira, percebeu que as quatro tínhamos em comum o interesse pelo tema da diversidade, equidade e inclusão.

A partir daí, surgiu a ideia de abordarmos esses temas, na perspetiva de três realidades culturais e socioeconómicas diferentes, as dos países de cada uma de nós.

Essa é a essência do nosso podcast: divulgar iniciativas, boas práticas, dados e perspetivas sobre diversidade e inclusão em Portugal, no Brasil e em Moçambique e contribuir dessa forma para uma troca de experiências que permita abrir novos horizontes no que à inclusão diz respeito.    

O principal objetivo deste projeto é abordar os temas da diversidade e inclusão, conversando em cada episódio com alguém que, de alguma forma, desempenhe um papel de relevância na promoção da DEI nos respetivos países, seja pela implementação de políticas, pelo trabalho em ONGs, ou mesmo a título individual. Pretendemos, desta forma, trazer uma visão abrangente sobre a diversidade, equidade e inclusão.

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As redes sociais e o fortalecimento das marcas

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Já todos sabemos que, atualmente, as redes sociais podem ter um papel fundamental na divulgação, na projeção e no fortalecimento das marcas – e referimos propositadamente ‘podem ter’, porque a presença nas social media obriga a um considerável cuidado estratégico. Mas já lá iremos.

Com milhões de utilizadores diariamente ativos, as redes sociais oferecem uma oportunidade única de alcançar um público alargado e de construir uma comunidade leal de clientes e seguidores.

Vamos, então, ficar a conhecer algumas das melhores práticas para utilizar as redes sociais para ajudar a fortalecer a sua marca:

  • Identifique a sua audiência

Antes de começar a utilizar as redes sociais para promover a sua marca é importante saber quem é a sua audiência. Quem são os seus potenciais clientes? Quais são os seus interesses e as suas necessidades? Qual é a faixa etária predominante? Em que canais é que eles mais circulam? Uma vez identificada a audiência, estamos, então, mais aptos para criar conteúdo relevante e direcionado às suas necessidades.

 

  • Escolha as redes sociais certas

Existem muitas redes sociais diferentes, cada uma com a sua audiência e o seu estilo. É, por isso, importante escolher as redes sociais ‘certas’ para a sua marca. Além disso, é importante lembrar que as diferentes redes sociais têm diferentes especificidades e algoritmos, sendo essencial entender como cada plataforma funciona – lembrando que, para estar presente nas redes sociais, que se ‘esteja bem’.

 

  • Crie conteúdo interessante

Uma das melhores maneiras de fortalecer a sua marca nas redes sociais é criando conteúdo interessante e relevante – para si, mas especialmente para a sua comunidade. O conteúdo deve, assim, ser informativo, envolvente e ressoar com o seu público. Além disso, é importante manter uma frequência regular de postagens para manter os seus seguidores ‘fidelizados’.

 

  • Interaja com a sua audiência

As redes sociais são uma ótima oportunidade para interagir com os seus clientes e seguidores. Responda às perguntas e aos comentários. Lance questões, peça feedback. Tudo isso não só ajuda a fortalecer a sua marca, mas também a criar um relacionamento de confiança com a sua comunidade.

 

  • Mantenha a consistência da marca

Mantenha a consistência e a persona da sua marca em todas as postagens, criando uma imagem de marca coesa e reconhecível – ajudando também assim a criar uma conexão emocional com os seguidores e a aumentar o reconhecimento da sua marca.

 

  • Seja autêntico(a)

Seja autêntico(a) nas suas postagens nas redes sociais. Mostre a personalidade da sua marca e conte a sua história de uma forma verdadeira e honesta. Isso pode ajudar a criar um vínculo emocional com os seus seguidores e aumentar a lealdade à sua marca.

 

  • Use ‘motores interativos’

E os motores interativos são tudo aquilo que capitaliza a atenção dos seguidores e mobiliza interesse: boas imagens, copy adequado, vídeos (muitos e bons vídeos) e, quando faz sentido, parcerias com outras marcas e/ou criadores de conteúdos, entre outras ferramentas que ajudam no reforço do storytelling da marca.

 

  • Monitorize

E, finalmente, monitorize as métricas e os resultados da sua presença digital para entender o que funciona e o que deve ser ajustado.

 

Ao seguir estas dicas, em associação a uma estratégia eficaz de comunicação digital, pode utilizar as redes sociais para fortalecer a sua marca e melhorar a sua presença digital – lembrando-se de que é essencial acompanhar as tendências e mudanças nas redes sociais e ajustar a sua estratégia de acordo com essas informações.

Se preferir, confie a sua estratégia digital a um especialista como a PLUG More.

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coach Liliana Pereira

PALAVRA PUXA PALAVRA COM...

LILIANA PEREIRA

Liliana Pereira é mãe de três filhos, licenciada em Engenharia Mecânica e formada em Coaching Executivo, sendo certificada pela SUN (Success Unlimited Network) como Advanced SUN Coach. Tendo como propósito ajudar pessoas, equipas e organizações que se querem transformar na direção do sucesso, fomos perceber como é que, para esta profissional, a comunicação pode ser uma aliada dos processos de coaching.

coach Liliana Pereira

Nos últimos anos, o coaching tem tido uma mediatização e viralização elevadas, com opiniões muito controversas. Como sentes que é atualmente encarada esta área?

Sinto que o conhecimento sobre o que é o coaching e para que serve ainda é muito escasso e que existem diversas interpretações, umas mais acertadas que outras. As pessoas ainda não sabem muito bem como distingui-lo de outras áreas de desenvolvimento pessoal e profissional, como a psicologia, a mentoria, a consultoria ou a formação.

É uma questão que já me incomodou mais. É uma profissão relativamente nova e é natural que os entendimentos se dividam. Existem organizações internacionais (como a ICF) que regulam a profissão e que têm tido um papel muito importante na definição de coaching e na comunicação para o público.

 

Considerando tanto a tua marca pessoal quanto a comercial, quais os esforços comunicacionais que fazes para esclarecer e informar sobre a pertinência do coaching?

Aproveito todas as oportunidades!

No passado, já estive mais presente nas redes sociais, comunicando mais sobre o que é o coaching e o que não é. Atualmente, aproveito as conversas, pessoais e profissionais, para esclarecer o conceito, o processo e a sua utilidade.

Quando conheço alguém que está potencialmente interessado em coaching, ofereço sempre a primeira sessão, para que a pessoa experimente, perceba as vantagens e potencialidades e onde esclareço conceitos e respondo a todas as questões que a pessoa possa ter.

 

Num processo de coaching, qual a importância que a comunicação tem na relação com o cliente?

A comunicação é um ingrediente essencial para o sucesso de um processo de coaching. A relação entre o coach e o cliente deve ser de grande proximidade e depende da interação entre ambos, via comunicação verbal e não verbal.

Na relação de coaching tudo é comunicação: as palavras, os silêncios, as expressões, o tom de voz e a linguagem corporal. A atenção a estes aspectos permite que o coach oiça o que o cliente diz e não diz, de forma a dar feedback, questionar ou clarificar.

Por outro lado, para além de estar atento e de saber ouvir, o coach também deve saber comunicar com eficácia, de forma clara, objetiva e gentil. A forma como devolve, resume e questiona é essencial para a construção da relação e para apoiar o cliente a conhecer-se e a chegar aos seus objetivos.

 

Aplicas algumas técnicas específicas com clientes que apresentem uma comunicação mais contida e que, como tal, possam condicionar o processo de coaching?

Na minha experiência, uma comunicação mais contida de um cliente não tem de condicionar necessariamente um processo de coaching. A presença do coach durante uma sessão, a empatia, e curiosidade e o espaço para o silêncio, são essenciais para construir a relação e para que a comunicação seja eficaz.

 

Conhecendo e experienciando, é inegável o impacto que o coaching pode ter em nós, até a nível da comunicação e da liderança. Para quem ainda equaciona esta área, que mais-valias destacas a estes níveis?

Os resultados de um processo de coaching são sempre únicos e pessoais e dependem dos objetivos específicos que cada cliente quer atingir. Baseando-me na minha experiência com alguns clientes, posso dizer que o coaching pode ajudar a melhorar a capacidade de ouvir, de criar e manter relações, de dar feedback, de tomar decisões, de negociar e de gerir a vida com equilíbrio.

 

Se o coaching pudesse ser sintetizado em três palavras, quais seriam elas?

Propósito, aprendizagem, resultados

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Mão a percorrer redes sociais no telemóvel
Grande plano de mão a escrever com uma caneta num caderno

Antes de mais, existem duas questões a considerar no escrever ‘bem’ em ambiente profissional, já que muitas pessoas acreditam que:

  • basta ‘saber escrever’ para o conseguirmos fazer efetivamente bem em qualquer contexto
  • ‘escrever bem’ é muito subjetivo, dependendo da apreciação de quem lê.

Abordando já o segundo ponto, é verdade que ‘gostar’ ou não de um texto depende de uma série de fatores, mas vamos considerar que ‘escrever bem’ – sobretudo em ambiente corporativo – pressupõe o cumprimento de regras estruturais, lexicais, gramaticais e de sintaxe. E, só considerando esta premissa, podemos responder já à questão que este artigo lança: não, nem sempre escrevemos bem nas nossas empresas.

Além disso, é essencial termos em conta que ‘escrever em ambiente profissional’ tem objetivos muito concretos, tais como:

  • transmitir eficazmente a mensagem – que nem sempre é simples, sobretudo em ambientes de maior tecnicismo
  • otimizar o processo de escrita – no meio de tantos afazeres profissionais, é essencial que consigamos agilizar a redação de emails e restantes documentos
  • sintonizar tom, forma e conteúdo nas diversas plataformas escritas
  • reforçar a persona corporativa – seja de forma óbvia ou subliminar, é importante que a identidade da marca esteja garantida na redação.
info final

Figura 1 - objetivos da escrita profissional

Mas o que é isto de ‘sintonizar tom, forma e conteúdo nas diversas plataformas’? Não é mais que evitarmos a famosa ‘manta de retalhos’ que encontramos em tantas empresas – em que, por exemplo, o estilo redatorial adotado no site não se espelha nas formas de escrita nas redes sociais, ou nos próprios emails. Sim, é realmente importante que as empresas cuidem das suas formas de escrita (e que, para isso, formem os seus colaboradores) para que elas sejam um espelho da sua identidade.

"Acusamos a sua comunicação, que mereceu a nossa melhor atenção"...

Se “adaptar à persona corporativa” deveria ser a regra número 1 da comunicação escrita (sobretudo em ambiente profissional), “simplificar” seria a segunda (ou estaria idealmente em ex-aequo). E, sim, a fórmula que surge neste subtítulo representa uma considerável isenção de simplicidade e de naturalidade comunicacionais – sendo, no entanto, uma abordagem tantas vezes utilizada no seio empresarial.

Pensemos bem: a não ser em circunstâncias que têm de categorizar as comunicações tratadas (e que, ainda assim, merecem uma abordagem distinta), esta frase apresenta duas falhas estratégicas:

      • é redundante: é óbvio que acusamos a comunicação do interlocutor. Afinal, estamos a responder-lhe…
      • não acrescenta: quando recebemos qualquer informação, principalmente em resposta a uma solicitação nossa, esperamos encontrar a mensagem nuclear nas primeiras palavras. Esta abordagem obriga o leitor a usar a sua bússola mental para, navegando por palavras e frases carregadas de pouco, encontrar a informação que efetivamente lhe interessa.

Significa isto que devemos procurar uma comunicação ‘demasiado’ objetiva, sintética e isenta de empatização? Não. Muito pelo contrário, a comunicação escrita profissional pede cada vez mais uma comunicação objetiva, sim, mas humanizada. No entanto, é essencial entender que humanizar não implica redundâncias ou carências comunicacionais.

O Relatório de Tendências da Experiência de Cliente, realizado pela Zendesk, já nos trazia em 2021 uma conclusão essencial e que reforça a importância da comunicação humanizada: 49% dos consumidores valorizam empatia nos processos de venda e de comunicação geridos pelas empresas. E aqui entram, também, as nossas comunicações escritas.

Então, humanizar obriga a esforços e conhecimentos agregados no sentido da empatização, da facilitação, da objetividade e até da leiturabilidade das nossas mensagens.

Escrever profissionalmente pede mais que boa conjugação verbal, eficaz estruturação dos parágrafos e cumprimento das regras gramaticais. Além disso, uma escrita eficaz deve envolver o domínio e a boa aplicação do alinhamento textual, da utilização de alertas (os negritos, por exemplo), da alternância de parágrafos e até da perceção de como é que, afinal, os nossos olhos fazem a leitura de uma informação escrita – para melhor percebermos em que zonas do texto devemos aplicar as chamadas ‘mensagens-chave’.

Além disso, escrever com eficácia profissional implica pensar literalmente da primeira à última palavras. Daí que aproveitemos para deixar apenas (mais) uma provocação: já pensou se a fórmula que utiliza para encerrar os seus emails se enquadra realmente numa eficaz escrita corporativa? Este tema do encerramento das nossas comunicações é discutido há largos anos e levou inclusivamente a que Judith Kallos, consultora de negócios, considerasse a tradicional fórmula ‘cumprimentos’ como dando ‘a impressão que não se sabe o que dizer‘. Ou seja, a (suposta) inocente forma como nos despedimos nos nossos emails é, como se percebe, mais importante do que à partida nos parece. 

Voltando, então, à questão que aqui lançamos: escrevemos ‘bem’ nas nossas empresas? Nuns casos, sim. Em muitos outros, nem por isso. Mas a boa notícia é que, bem vistas as coisas, com o conhecimento certo, nem é assim tão difícil começar a fazê-lo!

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Mão a percorrer redes sociais no telemóvel

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ANA BOCHICCHIO

Ana Bochicchio nasceu em Lisboa em 1970, mas cresceu no Brasil, entre as cidades de  São Paulo e Curitiba. Em 1988, voltou a Portugal e iniciou os seus estudos superiores em Economia, tendo, no entanto, rapidamente percebido que o seu caminho passava pela Psicologia. Licenciou-se em Psicologia Clínica e do Aconselhamento em 1999 e, no ano seguinte, voltou ao Brasil para se especializar em Terapia Familiar Sistémica. É membro efetivo da Ordem dos Psicólogos e exerce clínica privada desde 2004, sendo psicóloga do Município de Azambuja desde 2009, onde tem integrado alguns projetos ligados à Educação e à Saúde Mental. 

Foi considerando estes 18 anos de experiência de Ana Bochicchio que surgiu esta nossa conversa, tentando perceber a importância da comunicação numa área tão sensível quanto a Psicologia Clínica.

Ana Bochicchio psicóloga

Qual a importância da comunicação na relação com o paciente?

A comunicação é uma ferramenta indispensável na interação com o paciente: sem esta, o trabalho do psicólogo seria quase impossível, no sentido de perceber o problema do outro.

 

A sua formação base potenciou este papel da comunicação no processo terapêutico?

Creio que sim. A atuação do psicólogo está intimamente ligada à comunicação e acredito que esta noção é clara ao longo do curso.

Desde cedo nos foi transmitido o que,  na prática, depois confirmamos: que em qualquer tipo de relação que se estabelece, um dos aspetos fundamentais é a comunicação – através desta, trocamos informações, questionamos, partilhamos pensamentos e emoções.

Que mecanismos aplica para otimizar a comunicação com os pacientes?

O psicólogo socorre-se das competências básicas da comunicação para “trabalhar”, tais como a escuta ativa, a empatia e a reflexão, para tentar compreender o paciente e a situação em que se encontra, mas creio que a característica mais “desejável” num profissional de psicologia será a grande sensibilidade para ouvir e falar com as pessoas.

 

Sendo a terapia um processo bilateral, qual deve ser o papel do psicólogo/terapeuta no sentido de motivar uma comunicação fluida e eficaz por parte do paciente?

Tal como referi interiormente, a prática da escuta ativa e a atenção ao que o paciente não diz (comunicação não verbal) são muito importantes. Mesmo quando não comunicamos verbalmente, estamos a fazê-lo.

 

E finalmente, como sente estar a comunicação global da psicologia e da saúde mental em Portugal?

A saúde mental hoje é um problema mundial e não apenas um fenómeno português. Já o era antes da pandemia e a verdade é que esta veio agudizar muito mais esta urgência!

A verdade é que os governos reconhecem esta realidade, mas pouco fazem no sentido de reverter esta situação.

Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) relatam que mais de 80% das pessoas com problemas de saúde mental não tem qualquer atendimento acessível e de qualidade! Em Portugal, segundo a Ordem dos Psicólogos, a depressão é um problema de saúde pública – o que, direta ou indiretamente, afeta a todos. Aliás, a OMS descreve-a como o problema de saúde mais frequente, sendo a principal causa de incapacidade no mundo.

Perante estes dados, compreendemos que é urgente que a saúde mental seja vista como prioridade.

Claro que muita coisa mudou – a própria Ordem dos Psicólogos tem tido um papel fundamental nesta questão – mas há ainda um longo caminho a percorrer a nível dos apoios efetivos, mas também de uma comunicação mais clara e eficaz sobre todas as complexas dimensões da saúde mental.

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O que é que se passa com as "nossas" intranets?

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Intranet.  Como é que uma palavra tão pequena nos consegue dar tantas ‘dores de cabeça’? Teoricamente, a intranet tem tudo para ser a ‘estrela’ da comunicação interna: agrega toda a informação numa única plataforma, engloba os documentos e templates de uso mais regular e até nos permite acesso rápido a elementos que, de outro modo, nos poderia obrigar a contactos e pesquisas que apenas comprometeriam a nossa (já difícil) gestão de tempo. Então, porque é que a intranet não tem, na maioria das empresas, o uso e o resultado desejados? Porque é que as pessoas passam dias (ou semanas) sem lá entrar ou, se entram, não dão sequer importâncias às novidades mais recentes que as empresas por lá vão partilhando?

[Quer realmente saber porquê (é que a resposta pode não lhe agradar…)? Bem, há uma probabilidade imensa – mas imensa! – de que a intranet não esteja a ser gerida como suposto.]

Mas, antes de mais, contextualizemos para depois afunilarmos. A história da intranet remonta à década de 1990, quando as empresas começaram a utilizar a tecnologia da Internet para criar redes internas, com vista à partilha de conteúdos e recursos com as ‘suas pessoas’ – permitindo acesso seguro e controlado às informações corporativas e facilitando ainda a comunicação e colaboração entre funcionários, mesmo que geograficamente dispersos.

Com o passar dos anos, a intranet evoluiu para uma verdadeira ferramenta de comunicação, possibilitando a inclusão de chats e de sistemas de informação e de gestão de negócios de alta complexidade.

Claro que as tecnologias utilizadas na intranet variam de acordo com as necessidades de cada empresa ou organização, mas algumas das mais comuns incluem:

  • HTML, CSS e JavaScript
  • Servidores web
  • Banco de dados
  • Sistemas de autenticação e autorização
  • Sistemas de segurança
  • Sistemas de integração
  • Ferramentas de colaboração.

Percebe-se, então, que a intranet é, na maioria das vezes, uma ferramenta de alta complexidade a nível técnico e logístico – mas também, como veremos, de gestão.

Quais são as maiores fragilidades da intranet?

Em maio de 2021, e na sequência de um projeto de reestruturação da intranet de um cliente, a PLUG More realizou um estudo junto de 51 empresas e organizações a atuar em Portugal, concluindo-se as seguintes maiores fragilidades da intranet:

  1. Atualização e manutenção: manter a intranet atualizada na devida regularidade pode ser desafiador e requer tempo e recursos.
  2. Conteúdo: garantir conteúdos que interessem efetivamente aos colaboradores (para além daqueles que ‘têm de ser’ publicados) é uma dificuldade em muitos ambientes corporativos.
  3. Personalização: adaptar a intranet às necessidades específicas de departamentos, grupos e pessoas nem sempre é fácil (e requer, uma vez mais, conhecimento, tempo e recursos).
  4. Integração: integrar a intranet com outros sistemas e aplicações de negócios é essencial,  mas pode ser complexo em alguns ambientes.
  5. Profissionalização: alguns sistemas de intranet encontram-se ainda em versões mais clássicas ou tradicionais, impossibilitando a resposta às atuais necessidades comunicacionais dos colaboradores.
  6. Eficácia gráfica: não há forma de se descurar o peso da ‘neurocomunicação’ e do modo como o grafismo e a estruturação dos conteúdos pode motivar (ou condicionar) a predisposição dos colaboradores para lerem as informações – algo que ainda não é devidamente trabalhado em bastantes empresas.
  7. Adoção: alguns colaboradores revelam dificuldade em adotar e usar a intranet correta e regularmente, o que leva a uma menor eficácia da ferramenta.

Percebendo estas fragilidades, entendemos também um pouco melhor o caminho que não devemos seguir (dentro dos recursos disponíveis) com a nossa intranet. Mas, sim, ainda restam dúvidas: na prática, o que devemos, então, assegurar nesta plataforma?

De acordo com o especialista Michael Schweitzer, um portal de Intranet eficaz (e realmente orientado para o colaborador) é aquele que cria cultura e dá poder aos funcionários para fazerem mais, com maior envolvimento e com foco tanto na produtividade quanto na satisfação do cliente final.​

O B-A-BA da intranet eficaz!

Antes de mais, consideremos que este B-A-BA é genérico, englobando as boas práticas que, por norma, devem ser asseguradas numa intranet. No entanto, é essencial que exista uma estratégia adaptada às características, às especificidades, às necessidades, aos recursos e, claro, às eventuais limitações de cada empresa.

Mas, de uma forma geral, podemos dizer que uma intranet eficaz e eficiente deve:

  • Fornecer aos colaboradores também a informação que eles desejam (e não apenas a que interessa à empresa)
  • Manter atualizações diárias

  • Direcionar o público alvo (com conteúdos para ‘todos’ e para ‘alguns’)

  • Garantir objetivos comunicacionais (informar, persuadir à leitura e entreter – no sentido de incluir conteúdos humanizados)

  • Assegurar a relevância dos conteúdos (sim, nem tudo é ‘notícia’ para a intranet…)

  • Promover a criatividade gráfica e editorial (alternando os conteúdos tradicionais ou clássicos com infográficos, vídeos, quizz, etc…)

  • Profissionalizar o grafismo (no sentido de induzir à motivação de visitar, ler e aprofundar a intranet).

No entanto, e a par com estas medidas, é essencial que as empresas garantam o cumprimento da sua persona na intranet – afinal, aquela plataforma deve representar a empresa em todas as suas dimensões: tom, forma e conteúdo.

E, como complemento, deixamos mais duas sugestões que, quando implementadas, ajudam realmente a profissionalizar a gestão da intranet:

  1. constituição do ‘comité de coordenação’ da intranet – com uma figura nuclear enquanto coordenadora e identificação de pontos de contacto em cada departamento (com vista a garantir o envolvimento de todos na ‘alimentação’ da plataforma)
  2. elaboração do Manual de Normas da Intranet (sim, estamos todos cansados de manuais de normas, mas acredite que este tem especial utilidade. Podendo ser muito objetivo e curto, este documento esquematiza as regras e formas de gestão e atualização da intranet, definindo modelos e responsabilidades).

Depois disto, voltamos ao início: é essencial que a intranet seja um espelho (positivo!) da empresa e que responda às necessidades e diferenças dos colaboradores – o que obrigará, idealmente, a uma visão altamente estratégica para que se configure de algo que traz, realmente, mais-valia às pessoas que a utilizam.

Conheça a formação da PLUG More em Endomarketing:

ENDOMARKETING E
COMUNICAÇÃO INTERNA

 


Duração: 14 horas
Formato: presencial ou digital 

Programa:

1. O que envolve a comunicação interna?
2. Ferramentas de segmentação dos públicos
3. Impacto cognitivo da comunicação interna
4. Endomarketing e comunicação interna
5. O plano de comunicação interna
6. Métricas comunicacionais
     – KPIs quantitativos e qualitativos
7. O comité de comunicação interna
8. Estratégias comunicacionais 
     – Ações e táticas
9. Monitorização do impacto

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PEDRO CORDEIRO FERREIRA

Pedro Cordeiro Ferreira é coautor do livro “Psicologia para não Psicólogos” e professor convidado no INDEG-ISCTE Executive Education, sendo atualmente Diretor Comercial da Coresa. Licenciado em Gestão pelo ISCTE, iniciou a sua carreira profissional em Consultoria, ingressando depois na Henkel, onde desempenhou funções no departamento de Marketing e Vendas. Considerando os mais de 20 anos de experiência no setor comercial, fomos perceber qual a importância que este profissional atribui à comunicação na sua área de atividade.

fotografia do entrevistado Pedro Ferreira

De que forma é que a comunicação corporativa pode facilitar a estratégia comercial?

A comunicação corporativa é a voz da empresa para o exterior e para o interior da mesma. Nesse sentido, o seu impacto na estratégia comercial é enorme. Para o exterior porque é um veículo gerador de credibilidade e de notoriedade da empresa e das suas marcas. Para o interior porque facilita o alinhamento das partes, ajudando a enraizar a cultura da empresa. Marcas credíveis e equipas motivadas, eficazes e ágeis levam a resultados excecionais!


Sentes que a rede de vendas se influencia pelos resultados da comunicação das marcas – seja pelas notícias fruto da assessoria de imprensa ou pelos níveis de engagement nas redes sociais?

Acredito que o sucesso dos resultados começa dentro de casa. Uma equipa comercial não convencida, não consegue convencer ninguém!

O plano de comunicação das marcas (seja ele above ou below the line) constitui um forte argumento comercial e, nesse sentido uma fonte motivacional para as equipas comerciais, dado os resultados que provoca nos clientes diretos e nos consumidores finais. Contudo, para que este seja eficaz, necessita de ser lido por todos como coerente com a estratégia das marcas e de ser planeado com antecipação, entre os vários departamentos (marketing, comercial, aprovisionamento…). É aqui que muitas empresas falham!  

Quando defines uma estratégia comercial tens a preocupação com o suporte da estratégia comunicacional? Se sim, a que níveis?

Sem dúvida. No FMCG (Fast Moving Consuming Goods) como em muitos outros mercados, a ligação da comunicação dentro do ponto de venda (momento onde se concretiza a compra) com a comunicação fora da loja (momento em que se angaria o shopper e se faz a lista de compras) é determinante para o sucesso dos resultados. Por isso, aquando do planeamento operacional da estratégia comercial, é essencial coordenar as atividades comerciais (promoções, visibilidade extra…) com as atividades de comunicação (dentro e fora do ponto de venda).

Dando um exemplo em concreto. Bom Petisco é patrocinador da liga surf pro, tendo mesmo a última etapa o nome da marca. Nesse evento, muitos são os momentos em que a marca está ativada, seja na TV, seja nas redes sociais ou no local. Ora sob ponto de vista comercial, as equipas preparam este momento de forma variada, potenciando e aproveitando o investimento realizado em comunicação. Podem negociar espaços extra nas lojas da região, decorando-os a preceito, podem lançar campanhas promocionais com ofertas relacionadas com o evento, podem distribuir vales de desconto no local para estimular a compra de artigos da marca na loja, podem criar campanhas especiais na loja online… é na interligação perfeita destes investimentos que se atingem os maiores ROI’s ( return on investment).

 

E a nível da comunicação com o cliente/consumidor, quais são as principais premissas para um reforço eficaz da estratégia comercial?

O profundo conhecimento do cliente/shopper (quem são?; como como compram?; o que os faz decidir entre as marcas?; quanto compram?; qual a imagem que têm da categoria e respetivas marcas?…) e a capacidade de moldar a comunicação a esse conhecimento é a principal premissa para tornar a comunicação numa arma eficaz na estratégia comercial.  

 

Acreditas que as marcas que operam em Portugal têm um bom equilíbrio entre as estratégias comercial e comunicacional?

Portugal tem um elevado número de micronegócios (representam 96% do tecido empresarial português). Na maioria deles, as despesas fixas não os deixa ter uma esperança média de vida superior a 2 anos e falta de competência de gestão e liderança é notória. Por isso, é natural que ainda haja muito para fazer no que diz respeito à ligação e equilíbrio entre as estratégias comercial e comunicacional.

A formação e a gestão dos novos veículos comunicacionais e comerciais (bastante mais acessíveis do que os meios tradicionais) deverá ser o ponto de partida para garantir esse equilíbrio no futuro.

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duas pessoas a darem um aperto de mão

Comunicação interna ou Endomarketing?

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Sente que a comunicação interna ainda é o ‘patinho’ feio da comunicação corporativa? Então acredite que caminhamos cada vez mais para longe dessa realidade. As empresas estão cada vez mais sensíveis à importância desta área, desenvolvendo esforços e investimentos bastante consideráveis nas áreas de relação com as suas pessoas. A questão é que áreas são essas: comunicação interna pura, marketing interno, recursos humanos ou… Endomarketing?

Antes de mais, contextualizemos: quais são, final, os grandes problemas da comunicação interna em Portugal? Segundo um estudo realizado pela Data & Marketing Association, 33% das empresas inquiridas revelou fragilidades nesta área – sobretudo devido “à pandemia que resultou no trabalho remoto e, consequentemente, a menos reuniões presenciais. Desta forma, as oportunidades de questionar colegas diretamente escassearam, levando ao afastamento das dinâmicas de trabalho”.

No entanto, a verdade é que já antes da pandemia a fragilidade da comunicação interna se detetava em muitas empresas, especialmente devido a:

  1. Inexistência de uma estratégia sólida de comunicação interna
  2. Ações de baixo impacto e envolvimento
  3. Ações pouco regulares ao longo do tempo
  4. Processos decisivos indevidamente comunicados
  5. Falta de resposta e de adaptação à diversidade do público interno
  6. Aposta numa comunicação essencialmente virtual (e sem ajuste às especificidades virtuais)
  7. Unilateralidade da comunicação
“Não faz sentido prometer excelentes serviços ou produtos antes de os funcionários das empresas estarem preparados para fornecê-los!”

Para combater as fragilidades da comunicação interna e se trabalhar esta área numa abordagem efetivamente estratégia, o mercado começou, há largos anos, a conhecer um novo conceito: o do Endomarketing – que se refere a uma estratégia de atração, retenção e fidelização do cliente interno, com vista a obter resultados eficazes e eficientes para a empresa. Isto, partindo da aplicação de pressupostos do marketing tradicional no contexto interno.

De uma forma simples – porque já a iremos aprofundar – o Endomarketing é, então, uma forma de promover uma cultura positiva no ambiente de trabalho e de aumentar a satisfação e motivação dos trabalhadores (o que pode ser realizado pela conjugação de várias táticas, como ações de comunicação interna, formação e programas de incentivo, entre outros).

Quatro grandes premissas do Endomarketing:

  1. Aplicar internamente as técnicas e ferramentas do Marketing tradicional
  2. Ter como prioridade o público interno
  3. Promover o ‘produto’ (a empresa) junto dos colaboradores
  4. Promover a motivação e a produtividade. 

Como se implementa, então, o Endomarketing?

O Endomarketing define-se e implementa-se precisamente como o tradicional Marketing, mas orientado para a comunicação interna – ou seja, considerando os 4 PS:

  • Product (produto): em que o produto é a própria empresa e se definem táticas para mais e melhor a comunicar junto dos colaboradores
  • Price (preço): analisando e trabalhando este P na ótica das ferramentas remuneratórias, mas também de reconhecimento e de valorização das pessoas;
  • Placement (local): considerando-se se as condições físicas, estruturais e logísticas beneficiam o conforto e o bem-estar dos colaboradores;
  • Promotion (promoção): definindo-se ações e táticas de comunicação interna, considerando os objetivos nucleares da empresa e a análise dos três Ps anteriores.
 
Este processo deve envolver a colaboração das áreas nucleares da empresa, assegurando o cumprimento de mecanismos comunicacionais que funcionem como um todo, mas também de forma segmentada – trabalhando objetivos e metas que tanto podem globais quanto departamentais. 

Esta visão altamente estratégica e agregadora vai permitir:
  • Melhorar a motivação e o comprometimento dos colaboradores: quando as pessoas se sentem valorizadas e reconhecidas, tendem a sentir-se mais motivadas e comprometidas para com o trabalho. O Endomarketing pode, assim, ajudar a criar essa sensação de pertença e envolvimento;
  • Aumentar a produtividade: quando os colaboradores estão motivados e comprometidos, tendem a ser mais produtivos e a entregar melhores resultados. O Endomarketing pode contribuir para essa melhoria da produtividade ao promover um ambiente de trabalho saudável e positivo;
  • Otimizar a comunicação interna: o Endomarketing pode ajudar a promover a comunicação eficiente entre os funcionários e a administração, levando a uma melhor colaboração e a soluções mais criativas para os problemas da empresa;
  • Fortalecer a marca corporativa: quando os colaboradores se sentem valorizados, tendem a ter uma imagem mais positiva da empresa e a promovê-la de forma espontânea (o que pode fortalecer a marca corporativa e atrair novos talentos);
  • Diminuir o absentismo e a rotatividade: o Endomarketing pode ajudar a criar um ambiente de trabalho mais agradável e saudável, originando uma redução do absentismo e da rotatividade de funcionários.

"Não existe marketing externo poderoso e eficaz sem antes desenvolvermos um marketing interno igualmente poderoso. O sucesso de ambos está necessariamente associado a sua combinação: enquanto o marketing externo oferece e vende expectativas ao cliente, o marketing interno garante que elas se materializem.”

Francesc Delgado e Jeroni Benavides, autores do livro "Marketing e Marketeam. Dicas Para o Sucesso Empresarial"

Conheça a formação da PLUG More em Endomarketing:

ENDOMARKETING E
COMUNICAÇÃO INTERNA

 


Duração: 14 horas
Formato: presencial ou digital 

Programa:

1. O que envolve a comunicação interna?
2. Ferramentas de segmentação dos públicos
3. Impacto cognitivo da comunicação interna
4. Endomarketing e comunicação interna
5. O plano de comunicação interna
6. Métricas comunicacionais
     – KPIs quantitativos e qualitativos
7. O comité de comunicação interna
8. Estratégias comunicacionais 
     – Ações e táticas
9. Monitorização do impacto

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Mão a percorrer redes sociais no telemóvel

A comunicação corporativa na era digital

Mão a percorrer redes sociais no telemóvel

Numa era em que o mundo digital parece dominar todas as formas de comunicação, ainda faz sentido apostar nos meios tradicionais? Sem rodeios, respondemos já que SIM!

 
comunicação corporativa pode ser definida como o conjunto de atividades realizadas por uma marca ou empresa para promover a sua imagem e os seus produtos ou serviços, bem como para se relacionar com funcionários, clientes, parceiros, media e outros ‘stakeholders’ – ou seja, basta esta definição para entendermos que, sim, a comunicação dita tradicional continua a fazer sentido, sobretudo quando se pensa numa abordagem 360 ou transmedia. No entanto, isto implica uma mudança nas tradicionais ‘formas de pensar e de fazer’.

É importante percebermos, antes de mais, que a comunicação corporativa tem vantagens específicas que podem, como veremos, ser potenciadas pelo referido transmedia (ou seja, por uma estratégia aplicada a diferentes plataformas e canais – tanto tradicionais como digitais):

A comunicação corporativa na era digital

  1. reforço da credibilidade e notoriedade da marca
  2. fidelização de clientes
  3. motivação, informação e formação de colaboradores
  4. maximização da relação com ‘stakeholders’
  5. promoção de produtos e serviços
  6. antecipação de necessidades da comunidade
  7. otimização de processos de gestão de crises.

No entanto, esta era digital trouxe mudanças profundas tanto nos modos de comunicar como no comportamento do consumidor, para além de profissionais e empresas cada vez mais informados, especializados e competitivos.

No livro “Comunicação Digital nos Novos Negócios”, lançado pelo IAPMEI, podemos ler que

“A nova realidade de comunicação, marcada por fatores como a interatividade, velocidade da rede, partilha de informação, comunidades, mudou a forma de passar a mensagem e de orientar as escolhas do consumidor: estamos no tempo do Marketing colaborativo e interativo focado na experiência do consumidor. O produto e o conteúdo puramente comercial deixa de ser o foco da mensagem e são substituídos pela construção da relação com a marca no ato de consumir o produto e/ou na emoção do seu uso”.

As formas de  comunicar querem-se, então, distintas. Se pensarmos apenas no ramo da assessoria de imprensa, muito do que faz atualmente é diferente daquilo que conhecíamos (e praticávamos) há uma década – desde o formato das comunicações (com comunicados de imprensa em vídeo, por exemplo), à estrutura da própria redação e a uma máxima compreensão das necessidades efetivas dos media ‘em papel’ e dos media digitais.

Quais são, então, os benefícios da comunicação tradicional?

Consideremos, antes de mais, que nos referimos aos benefícios em modelo de transmedia – ou seja, em eficaz conjugação da comunicação tradicional e digital (deixando ainda a premissa de que todas as estratégias devem, obviamente, ser definidas caso a caso).

Então, nesta otimização comunicacional, a estratégia de comunicação corporativa em plataformas e canais tradicionais facilita:

  • a continuidade das táticas mais eficazes junto de públicos que ainda circulam nos canais convencionais
  • o reforço da marca e das suas mensagens em plataformas complementares às digitais (otimizando o efeito de repetição positiva)
  • a possibilidade de maior permanência temporal das comunicações (equilibrando o efeito ‘relâmpago’ das plataformas digitais)
  • o potenciar do investimento da empresa numa comunicação próxima, variada e flexível, permitindo o contacto com públicos variados e reforçando a construção de comunidades amplas.

Qual é, então, o (atual) melhor caminho? É, para a maioria das empresas e dos negócios, o da comunicação integrada – algo que, com a euforia da comunicação digital, acaba por ser muitas vezes esquecido ou negligenciado. 

Esta comunicação integrada agrega, então, os seguintes elementos:

Compreende-se assim, o papel essencial que a comunicação tradicional continua (ou deve continuar) a ter na estratégia corporativa – deixando o desafio às empresas de olhar para além daquilo que parece óbvio e eficaz a curto prazo. Até porque, como disse o dramaturgo George Bernard Saw, ‘o maior problema com a comunicação é a ilusão de que ela já foi alcançada’.

ou

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