Intranet. Como é que uma palavra tão pequena nos consegue dar tantas ‘dores de cabeça’? Teoricamente, a intranet tem tudo para ser a ‘estrela’ da comunicação interna: agrega toda a informação numa única plataforma, engloba os documentos e templates de uso mais regular e até nos permite acesso rápido a elementos que, de outro modo, nos poderia obrigar a contactos e pesquisas que apenas comprometeriam a nossa (já difícil) gestão de tempo. Então, porque é que a intranet não tem, na maioria das empresas, o uso e o resultado desejados? Porque é que as pessoas passam dias (ou semanas) sem lá entrar ou, se entram, não dão sequer importâncias às novidades mais recentes que as empresas por lá vão partilhando?
[Quer realmente saber porquê (é que a resposta pode não lhe agradar…)? Bem, há uma probabilidade imensa – mas imensa! – de que a intranet não esteja a ser gerida como suposto.]
Mas, antes de mais, contextualizemos para depois afunilarmos. A história da intranet remonta à década de 1990, quando as empresas começaram a utilizar a tecnologia da Internet para criar redes internas, com vista à partilha de conteúdos e recursos com as ‘suas pessoas’ – permitindo acesso seguro e controlado às informações corporativas e facilitando ainda a comunicação e colaboração entre funcionários, mesmo que geograficamente dispersos.
Com o passar dos anos, a intranet evoluiu para uma verdadeira ferramenta de comunicação, possibilitando a inclusão de chats e de sistemas de informação e de gestão de negócios de alta complexidade.
Claro que as tecnologias utilizadas na intranet variam de acordo com as necessidades de cada empresa ou organização, mas algumas das mais comuns incluem:
Percebe-se, então, que a intranet é, na maioria das vezes, uma ferramenta de alta complexidade a nível técnico e logístico – mas também, como veremos, de gestão.
Em maio de 2021, e na sequência de um projeto de reestruturação da intranet de um cliente, a PLUG More realizou um estudo junto de 51 empresas e organizações a atuar em Portugal, concluindo-se as seguintes maiores fragilidades da intranet:
Percebendo estas fragilidades, entendemos também um pouco melhor o caminho que não devemos seguir (dentro dos recursos disponíveis) com a nossa intranet. Mas, sim, ainda restam dúvidas: na prática, o que devemos, então, assegurar nesta plataforma?
Antes de mais, consideremos que este B-A-BA é genérico, englobando as boas práticas que, por norma, devem ser asseguradas numa intranet. No entanto, é essencial que exista uma estratégia adaptada às características, às especificidades, às necessidades, aos recursos e, claro, às eventuais limitações de cada empresa.
Mas, de uma forma geral, podemos dizer que uma intranet eficaz e eficiente deve:
Manter atualizações diárias
Direcionar o público alvo (com conteúdos para ‘todos’ e para ‘alguns’)
Garantir objetivos comunicacionais (informar, persuadir à leitura e entreter – no sentido de incluir conteúdos humanizados)
Assegurar a relevância dos conteúdos (sim, nem tudo é ‘notícia’ para a intranet…)
Promover a criatividade gráfica e editorial (alternando os conteúdos tradicionais ou clássicos com infográficos, vídeos, quizz, etc…)
Profissionalizar o grafismo (no sentido de induzir à motivação de visitar, ler e aprofundar a intranet).
No entanto, e a par com estas medidas, é essencial que as empresas garantam o cumprimento da sua persona na intranet – afinal, aquela plataforma deve representar a empresa em todas as suas dimensões: tom, forma e conteúdo.
E, como complemento, deixamos mais duas sugestões que, quando implementadas, ajudam realmente a profissionalizar a gestão da intranet:
Depois disto, voltamos ao início: é essencial que a intranet seja um espelho (positivo!) da empresa e que responda às necessidades e diferenças dos colaboradores – o que obrigará, idealmente, a uma visão altamente estratégica para que se configure de algo que traz, realmente, mais-valia às pessoas que a utilizam.
Duração: 14 horas
Formato: presencial ou digital
Programa:
1. O que envolve a comunicação interna?
2. Ferramentas de segmentação dos públicos
3. Impacto cognitivo da comunicação interna
4. Endomarketing e comunicação interna
5. O plano de comunicação interna
6. Métricas comunicacionais
– KPIs quantitativos e qualitativos
7. O comité de comunicação interna
8. Estratégias comunicacionais
– Ações e táticas
9. Monitorização do impacto