A comunicação corporativa na era digital

Mão a percorrer redes sociais no telemóvel

Numa era em que o mundo digital parece dominar todas as formas de comunicação, ainda faz sentido apostar nos meios tradicionais? Sem rodeios, respondemos já que SIM!

 
comunicação corporativa pode ser definida como o conjunto de atividades realizadas por uma marca ou empresa para promover a sua imagem e os seus produtos ou serviços, bem como para se relacionar com funcionários, clientes, parceiros, media e outros ‘stakeholders’ – ou seja, basta esta definição para entendermos que, sim, a comunicação dita tradicional continua a fazer sentido, sobretudo quando se pensa numa abordagem 360 ou transmedia. No entanto, isto implica uma mudança nas tradicionais ‘formas de pensar e de fazer’.

É importante percebermos, antes de mais, que a comunicação corporativa tem vantagens específicas que podem, como veremos, ser potenciadas pelo referido transmedia (ou seja, por uma estratégia aplicada a diferentes plataformas e canais – tanto tradicionais como digitais):

A comunicação corporativa na era digital

  1. reforço da credibilidade e notoriedade da marca
  2. fidelização de clientes
  3. motivação, informação e formação de colaboradores
  4. maximização da relação com ‘stakeholders’
  5. promoção de produtos e serviços
  6. antecipação de necessidades da comunidade
  7. otimização de processos de gestão de crises.

No entanto, esta era digital trouxe mudanças profundas tanto nos modos de comunicar como no comportamento do consumidor, para além de profissionais e empresas cada vez mais informados, especializados e competitivos.

No livro “Comunicação Digital nos Novos Negócios”, lançado pelo IAPMEI, podemos ler que

“A nova realidade de comunicação, marcada por fatores como a interatividade, velocidade da rede, partilha de informação, comunidades, mudou a forma de passar a mensagem e de orientar as escolhas do consumidor: estamos no tempo do Marketing colaborativo e interativo focado na experiência do consumidor. O produto e o conteúdo puramente comercial deixa de ser o foco da mensagem e são substituídos pela construção da relação com a marca no ato de consumir o produto e/ou na emoção do seu uso”.

As formas de  comunicar querem-se, então, distintas. Se pensarmos apenas no ramo da assessoria de imprensa, muito do que faz atualmente é diferente daquilo que conhecíamos (e praticávamos) há uma década – desde o formato das comunicações (com comunicados de imprensa em vídeo, por exemplo), à estrutura da própria redação e a uma máxima compreensão das necessidades efetivas dos media ’em papel’ e dos media digitais.

Quais são, então, os benefícios da comunicação tradicional?

Consideremos, antes de mais, que nos referimos aos benefícios em modelo de transmedia – ou seja, em eficaz conjugação da comunicação tradicional e digital (deixando ainda a premissa de que todas as estratégias devem, obviamente, ser definidas caso a caso).

Então, nesta otimização comunicacional, a estratégia de comunicação corporativa em plataformas e canais tradicionais facilita:

  • a continuidade das táticas mais eficazes junto de públicos que ainda circulam nos canais convencionais
  • o reforço da marca e das suas mensagens em plataformas complementares às digitais (otimizando o efeito de repetição positiva)
  • a possibilidade de maior permanência temporal das comunicações (equilibrando o efeito ‘relâmpago’ das plataformas digitais)
  • o potenciar do investimento da empresa numa comunicação próxima, variada e flexível, permitindo o contacto com públicos variados e reforçando a construção de comunidades amplas.

Qual é, então, o (atual) melhor caminho? É, para a maioria das empresas e dos negócios, o da comunicação integrada – algo que, com a euforia da comunicação digital, acaba por ser muitas vezes esquecido ou negligenciado. 

Esta comunicação integrada agrega, então, os seguintes elementos:

Compreende-se assim, o papel essencial que a comunicação tradicional continua (ou deve continuar) a ter na estratégia corporativa – deixando o desafio às empresas de olhar para além daquilo que parece óbvio e eficaz a curto prazo. Até porque, como disse o dramaturgo George Bernard Saw, ‘o maior problema com a comunicação é a ilusão de que ela já foi alcançada’.

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